quarta-feira, 27 de outubro de 2010

OS GRILOS E OS MENINOS


Este foi o TEXTO COLECTIVO feito pelos alunos no dia das bibliotecas escolares. Não foi fácil, mas o resultado é bom de se ler!!!

Era uma vez um menino que gostava de apanhar grilos e outros insectos (ninguém gosta da clausura, muito menos os animais e insectos da natureza!).
Certo dia ele foi à floresta investigar e tirar algumas amostras de plantas e insectos e, de repente, encontrou um grilo que cantava muito bem. Decidiu apanhá-lo e levá-lo consigo para casa. Quando chegou a casa, o menino quis mostrar o seu grilo aos pais, mas ao abrir a tampa da caixa, o grilo saltou e foi para o outro lado da cerca.
O rapaz foi atrás dele, caminhou, caminhou, caminhou… Só parou numa aldeia vizinha, onde encontrou um grupo de rapazes.
Entre os gaiatos, o menino, de seu nome Luís, encontrou um amigo que já não via há muito tempo. Entusiasmado, dirigiu-se a ele:
– Miguel, Miguel, ainda te lembras de mim?
– Sim. Brincámos juntos na floresta com a minha bola de capão. Foi um dia muito divertido, não foi?
– Se foi… Nunca me irei esquecer.
Os dois amigos deram um grande abraço, enquanto relembravam os tempos anteriores. Enquanto conversavam e davam umas boas risadas, o Luís lembrou-se da razão porque estava ali, e pediu ao Miguel a sua ajuda para encontrar o insecto. Mais alto do que o Miguel, o Luís caminhava aceleradamente com os seus cabelos loiros abanando ao vento e os seus olhos azuis reflectindo a luz do sol. Durante a caminhada, o Miguel tropeçou numa pedra e magoou-se no joelho. O Luís desinteressou-se, de imediato, da procura do grilo e foi a passo apressado pedir ajuda. Pelo caminho, para seu espanto, encontrou o grilo debaixo de uma folha de um carvalho. Ficou todo contente por o ter encontrado, contou-lhe o sucedido e pediu-lhe auxílio.
O grilo tentou acalmá-lo e exclamou:
– Tive uma grande ideia!
O grilo desatou, então, a correr e o Luís, pasmado, seguiu-o ansiosamente.
O pequeno animal parou junto a uma grande árvore, frondosa e com muitos séculos de vida. Aí, o grilo começou a cantar a mais bela melodia até hoje ouvida. De repente apareceram os seus amigos. Entre estes, havia um com uma aparência mais madura – era o ancião - que se abeirou do grilo e lhe perguntou, com a voz rouca e cansada:
– Meu jovem, que se passou para nos teres chamado?
– Um amigo nosso, de raça humana, magoou-se no joelho, junto ao grande rio. Como não há ajuda por perto, pensei que vós o podíeis ajudar – respondeu o grilo.
O ancião, experiente na arte medicinal, disse num tom grave e arrastado:
– Claro que ajudarei.
Começaram a dirigir-se para perto do rio e quando lá chegaram começaram a tratar o joelho do rapaz, com muito cuidado.
Num ápice, o joelho do garoto começou a melhorar. O ancião continuou o seu trabalho e pegou nalgumas folhas e enrolou-as à volta do joelho magoado do Miguel.
O Miguel, muito agradecido pela ajuda do ancião, disse, enquanto se punha a pé a custo:
– Obrigado, agora estou melhor e…. Não me esquecerei do que fizeram por mim. Muito obrigado!
A caminhar lentamente, porque o joelho não estava 100%, os amigos, antes dois, agora três, retomaram o caminho de regresso. Pelo caminho encontraram uma caixa idêntica àquela em que o Luís guardara o seu grilo, mas de cor diferente. De imediato, o Luís precipitou-se para a apanhar, mas foi o Miguel que, mesmo lesionado, a agarrou.
Abriu-a, então, cuidadosamente e lá dentro encontrou um pequeno grilo magoado e com cara de sofrimento. Decidiu logo auxiliá-lo, com ajuda claro, do seu também agora amigo grilo Flautas.
Levaram-no para casa e lá cuidaram-no como se se tratasse do mais importante ser humano. Afinal, aqueles animais também tinham sentimentos… e nobres! O grilo ficou em casa do Miguel durante vários dias até que, já curado, decidiu regressar à floresta para junto dos seus.
Claro que esta relação entre grilos e seres humanos se espalhou pela floresta e pelas cidades e aldeias vizinhas. O Luís voltou para casa e contou ao seu amigo Américo; o Américo partiu-se a rir e ligou ao Fernandino a contar a história que o Luís lhe tinha acabado de transmitir; o Fernandino, depois de ouvir a aventura que o Américo lhe tinha contado, foi ter com os colegas da escola e relatou o acontecido... O grilo Flautas não se cansou de cantar a história aos amigos Palhetas, Viola, Violino, Bateria, Corda Vocal…
Escusado será dizer que daí em diante nem os seres humanos apanharam grilos para enclausurar em pequenas gaiolas nem os grilos invadiram os campos devorando as culturas.
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Texto elaborado pelos alunos das turmas: 7ºB, 7ºD, 8ºA, 6ºB, 9ºC, 7ºA, 5ºE, 6ºA, 9ºD.

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