A HISTÓRIA DO LIVRO…
em breves palavras
Materiais utilizados
Com
a importância que a escrita foi adquirindo ao longo dos tempos, em termos
económicos, sociais, políticos e culturais, o livro tem tido, ao longo desses
mesmos tempos, bastante importância, na medida em que se tratava (e trata) do
único material capaz de armazenar a escrita, principal meio que o homem
utilizava na transmissão do conhecimento.
Para
a execução da tarefa de escrever, o homem procurou sempre os suportes mais
adequados. Os chineses, por exemplo, antes do aparecimento do papel, faziam-na
em seda ou noutros têxteis. Os Egípcios utilizavam o linho, assim como os
antigos Romanos.
Para
além destes materiais, outros foram utilizados, como a madeira ou mesmo folhas
de palmeira na Índia, na Birmânia e em Sião. A madeira foi um suporte bastante
utilizado no Egito e em Chipre. Também no Extremo Oriente, os primeiros livros
eram escritos em tábuas de madeira ou bambu.
As
tabuinhas de madeira apresentavam, todavia, um problema, pois não podiam ser
reutilizadas com facilidade, o que levou a que se procurassem outras soluções.
Na
Mesopotâmia, generalizou-se o uso da argila. Esta era cortada em placas, que
não eram de fácil utilização e transporte. Dado que este material era pesado e
pouco maleável, o seu uso não se tornou duradouro.
O
papiro surgiu e impôs-se, pois a textura fibrosa do seu miolo era um material
que recebia facilmente as tintas, conservava a cor dos pigmentos e era macio
para permitir o livre movimento do pincel.
Embora
tenha tido uma importância fundamental para a cultura humana, o papiro estava,
todavia, longe de satisfazer, pois corria-se o perigo de se furar quando se
escrevia, e, para evitar isso, muitas vezes os caracteres feitos pela pena
quase não se distinguiam.
Dada
a sua fácil deterioração, foi substituído pelo pergaminho (designação derivada
de Pérgamo, por ter sido nesta cidade que se aperfeiçoou), que era mais forte e
resistente, sendo também o material mais utilizado no mundo medieval.
O
pergaminho acabou por ser substituído pelo papel, invenção chinesa trazida
pelos árabes para a Europa no séc. VIII, mas generalizada apenas a partir do
séc. XIV.
Forma
Tal
como os materiais utilizados na feitura do livro foram evoluindo, também a
forma do livro se alterou.
Inicialmente
o livro apresentava-se sob a forma de rolo. Genericamente, terá acompanhado o
uso do papiro.
Depois
do rolo, apareceu o códice, constituído por diversas folhas cosidas à maneira
de caderno.
A
utilização do códice apresentava algumas vantagens, que facilitavam não só a
escrita como o manuseamento dos materiais: enquanto o rolo exigia a utilização
das duas mãos, o códice podia até ser lido sem o auxílio das mãos se fosse
colocado em cima de uma mesa, o que facilitava a leitura, permitindo ainda ao
leitor anotar ou criticar o texto lido. Por outro lado, o códice permitia
economizar, pois podia escrever-se dos dois lados da folha, o que facilitava
também sobremaneira a sua arrumação.
A
partir do códice, criou-se a tipologia de livro que hoje conhecemos, que se foi
aperfeiçoando ao longo dos tempos, desde o formato mais ou menos pequeno, mais
ou menos pesado, ao suporte papel de melhor ou menor qualidade. Por outro lado,
aperfeiçoou-se também a apresentação do livro, nomeadamente através da utilização
da impressão e do emprego de novas tecnologias, o que tornou a sua escrita e
posterior leitura mais fáceis.
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