quarta-feira, 27 de outubro de 2010

OS GRILOS E OS MENINOS


Este foi o TEXTO COLECTIVO feito pelos alunos no dia das bibliotecas escolares. Não foi fácil, mas o resultado é bom de se ler!!!

Era uma vez um menino que gostava de apanhar grilos e outros insectos (ninguém gosta da clausura, muito menos os animais e insectos da natureza!).
Certo dia ele foi à floresta investigar e tirar algumas amostras de plantas e insectos e, de repente, encontrou um grilo que cantava muito bem. Decidiu apanhá-lo e levá-lo consigo para casa. Quando chegou a casa, o menino quis mostrar o seu grilo aos pais, mas ao abrir a tampa da caixa, o grilo saltou e foi para o outro lado da cerca.
O rapaz foi atrás dele, caminhou, caminhou, caminhou… Só parou numa aldeia vizinha, onde encontrou um grupo de rapazes.
Entre os gaiatos, o menino, de seu nome Luís, encontrou um amigo que já não via há muito tempo. Entusiasmado, dirigiu-se a ele:
– Miguel, Miguel, ainda te lembras de mim?
– Sim. Brincámos juntos na floresta com a minha bola de capão. Foi um dia muito divertido, não foi?
– Se foi… Nunca me irei esquecer.
Os dois amigos deram um grande abraço, enquanto relembravam os tempos anteriores. Enquanto conversavam e davam umas boas risadas, o Luís lembrou-se da razão porque estava ali, e pediu ao Miguel a sua ajuda para encontrar o insecto. Mais alto do que o Miguel, o Luís caminhava aceleradamente com os seus cabelos loiros abanando ao vento e os seus olhos azuis reflectindo a luz do sol. Durante a caminhada, o Miguel tropeçou numa pedra e magoou-se no joelho. O Luís desinteressou-se, de imediato, da procura do grilo e foi a passo apressado pedir ajuda. Pelo caminho, para seu espanto, encontrou o grilo debaixo de uma folha de um carvalho. Ficou todo contente por o ter encontrado, contou-lhe o sucedido e pediu-lhe auxílio.
O grilo tentou acalmá-lo e exclamou:
– Tive uma grande ideia!
O grilo desatou, então, a correr e o Luís, pasmado, seguiu-o ansiosamente.
O pequeno animal parou junto a uma grande árvore, frondosa e com muitos séculos de vida. Aí, o grilo começou a cantar a mais bela melodia até hoje ouvida. De repente apareceram os seus amigos. Entre estes, havia um com uma aparência mais madura – era o ancião - que se abeirou do grilo e lhe perguntou, com a voz rouca e cansada:
– Meu jovem, que se passou para nos teres chamado?
– Um amigo nosso, de raça humana, magoou-se no joelho, junto ao grande rio. Como não há ajuda por perto, pensei que vós o podíeis ajudar – respondeu o grilo.
O ancião, experiente na arte medicinal, disse num tom grave e arrastado:
– Claro que ajudarei.
Começaram a dirigir-se para perto do rio e quando lá chegaram começaram a tratar o joelho do rapaz, com muito cuidado.
Num ápice, o joelho do garoto começou a melhorar. O ancião continuou o seu trabalho e pegou nalgumas folhas e enrolou-as à volta do joelho magoado do Miguel.
O Miguel, muito agradecido pela ajuda do ancião, disse, enquanto se punha a pé a custo:
– Obrigado, agora estou melhor e…. Não me esquecerei do que fizeram por mim. Muito obrigado!
A caminhar lentamente, porque o joelho não estava 100%, os amigos, antes dois, agora três, retomaram o caminho de regresso. Pelo caminho encontraram uma caixa idêntica àquela em que o Luís guardara o seu grilo, mas de cor diferente. De imediato, o Luís precipitou-se para a apanhar, mas foi o Miguel que, mesmo lesionado, a agarrou.
Abriu-a, então, cuidadosamente e lá dentro encontrou um pequeno grilo magoado e com cara de sofrimento. Decidiu logo auxiliá-lo, com ajuda claro, do seu também agora amigo grilo Flautas.
Levaram-no para casa e lá cuidaram-no como se se tratasse do mais importante ser humano. Afinal, aqueles animais também tinham sentimentos… e nobres! O grilo ficou em casa do Miguel durante vários dias até que, já curado, decidiu regressar à floresta para junto dos seus.
Claro que esta relação entre grilos e seres humanos se espalhou pela floresta e pelas cidades e aldeias vizinhas. O Luís voltou para casa e contou ao seu amigo Américo; o Américo partiu-se a rir e ligou ao Fernandino a contar a história que o Luís lhe tinha acabado de transmitir; o Fernandino, depois de ouvir a aventura que o Américo lhe tinha contado, foi ter com os colegas da escola e relatou o acontecido... O grilo Flautas não se cansou de cantar a história aos amigos Palhetas, Viola, Violino, Bateria, Corda Vocal…
Escusado será dizer que daí em diante nem os seres humanos apanharam grilos para enclausurar em pequenas gaiolas nem os grilos invadiram os campos devorando as culturas.
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Texto elaborado pelos alunos das turmas: 7ºB, 7ºD, 8ºA, 6ºB, 9ºC, 7ºA, 5ºE, 6ºA, 9ºD.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

DIA DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES


Integrado no mês Internacional das Bibliotecas Escolares da International Association of School Librarianship (IASL), a Rede de Bibliotecas Escolares resolveu declarar o dia 25 de Outubro, como o Dia da Biblioteca Escolar.
A biblioteca da nossa escola junta-se às bibliotecas escolares do país e comemorará este dia com duas actividades de leitura e de escrita ININTERRUPTAS que se iniciam às 9h e terminam às 17h.
A actividade de leitura centra-se na leitura de textos do livro “Canja de Galinha para a Alma” (Jack Canfield, Mark Hansen). A actividade de escrita resultará num texto conjunto, elaborado por turmas participantes.
As turmas já estão seleccionadas, como podes ver na tabela que se apresenta, mas podes aparecer e participar.



A biblioteca fica de portas abertas à tua espera.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A CAIXA DA VIDA

Um texto fantástico, cheio de sentimento e de ensinamento... do Bernardo, 8ºD.
Vou contar-vos a história de como a minha vida passou de miserável e inútil a feliz e de sucesso.
Tudo começou há um mês atrás, enquanto estava a fazer uma limpeza ao meu quarto. Enquanto limpava o pó dos majestosos e imponentes móveis do meu antigo quarto, encontrei um papel. Nesse papel estava escrito uma morada e a frase: «Segue a morada para mudar a tua vida». Fiquei surpreendido e guardei a mensagem no bolso.
No dia a seguir, logo depois de terminarem as aulas, fui ter ao sítio indicado pela morada. Deparei-me com uma casa abandonada e feia, que me parecia familiar. Abri o pequeno portão de ferro e atravessei o jardim cheio de ervas mortas e flores murchas. Subi as escadas de madeira velha até à entrada. Rodei a maçaneta, que outrora fora muito utilizada, e dei um passo em direcção ao interior da casa. A madeira do chão rangia e as teias de aranha cobriam as paredes daquela velha habitação. Depois de alguns passos, reparei numas escadas escondidas atrás de uma grande e gasta poltrona. Subi as escadas de pedra e entrei numa sala que se parecia com um sótão. Dirigi-me à única coisa lá existente: uma caixa de madeira com dobradiças de prata e cadeado de aço. Tentei abri-la, mas estava fechada. Olhei para o relógio e fiquei assustado; já tinha passado mais de uma hora e meia desde que saíra da escola. Tinha que desaparecer dali para fora o mais rápido possível. Quando estava a sair, escorreguei num papel e caí no chão de madeira gasta. Olhei para o chão à procura do que me tinha feito escorregar. Vi um papel e peguei nele. Li-o numa velocidade estonteante e saí daquele lugar.
Quando cheguei a casa, fui para o meu quarto e reli o papel. Sorri quando acabei de o ler. Aquela folha que fora colorida de amarelo pelo tempo exibia, a letras grandes, as palavras: «Estás perto da felicidade». Não sabia porquê, mas aquelas quatro palavras alegraram-me a vida.
Nos dias seguintes, a minha vida mudou. A esperança de algum dia voltar ao sótão daquela casa foi o meu alimento espiritual durante muito tempo.
Com a minha nova vida, tudo melhorou. Passados uns anos, saí da universidade com um doutoramento na mão e pouco depois trabalhava no melhor hospital de Washington D.C. A minha vida corria cada vez melhor, e a esperança de voltar e abrir aquela caixa aumentava a cada segundo.
Num dia chuvoso, decidi voltar à casa abandonada. Decidi que aquela caixa misteriosa já me tinha feito feliz e que agora tinha de descobrir o que estava dentro dela.
Enquanto atravessava o jardim da casa abandonada, agora já sem relva, memórias antigas vieram-me à cabeça. Lembrei-me de ser um miúdo deprimido e solitário, apenas com os seus pensamentos como amigos. Mas agora estava diferente. Já não era nenhum miúdo e era bem-sucedido. Tinha um salário mensal que quase ultrapassava o valor da sua casa e tinha dois filhos e uma mulher que amava. Nada podia melhorar.
Subi as escadas de madeira que davam para a entrada e, outra vez, rodei a maçaneta coberta de musgo. Pisei novamente o chão de madeira rangente e subi as escadas que davam para o sótão que tinha mudado a minha vida.
Fui a correr para perto da caixa com dobradiças de prata e toquei-lhe pela segunda vez. Seguidamente, perguntei-me onde estaria a chave. Procurei no sótão, mas não encontrei nada. Depois procurei no resto da casa. Novamente nada. Estava prestes a desistir, quando me lembrei, não sei porquê, do meu avô. Lembrei-me da tórrida manhã de Verão em que morreu. E lembrei-me do que ele me tinha dado enquanto estava no leito da morte.
- É isso! – gritei.
Fui a correr para casa e abri a gaveta da minha mesa-de-cabeceira. Procurei entre as minhas tralhas e encontrei-a. A chave que o meu avô me tinha dado.
Naquela manhã em que ele faleceu, ele pediu à minha mãe para falar comigo em privado. Naquela altura tinha apenas dez anos.
- Neto, vou-te dar uma coisa e quero que a uses quando o momento chegar. – dissera o meu adorado avô.
- O quê?
- Uma chave.
Lembro-me de ter ficado desiludido quando disse aquilo.
- Irás usá-la um dia e perceberás a grande dávida que este pequeno pedaço de ferro é.
E naquele dia chuvoso em que voltei àquele sótão, eu tinha percebido.
Quando cheguei novamente ao sítio onde a caixa estava guardada, agora já com a chave, corri o máximo que pude até ela. Agora tinha chegado a hora. A hora de ver o que estava dentro da caixa que me tinha dado força para lutar e para chegar até onde estava.
Coloquei a chave no cadeado e rodei duas vezes para a direita. O cadeado fez um barulho e abriu-se. Agora só faltava levantar o tampo. Pus as minhas mãos nas extremidades e puxei o pesado tampo de madeira. Olhei para dentro e fiquei mais surpreendido que imaginava. Dentro da caixa não havia…nada. A caixa estava vazia. Fiquei a olhar para ela, desapontado, durante muito tempo. Até que percebi o seu significado. Aquela caixa tinha-me dado a esperança que, qualquer dia, a minha vida iria mudar. Sem me aperceber, a minha vida tinha mesmo mudado. Eu não precisava de nenhum objecto para alterar a minha vida. Apenas precisava de acreditar.

Esta é a minha vida. E admito uma coisa: não podia ser melhor.

Bernardo Mota, 8º D

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A MENINA QUE ODIAVA LIVROS

Não gostas muito de ler?
Então vê esta pequena animação sobre uma menina, Nina, que odiava livros e...
Descobre tu o fim da história.
Vais gostar e, quem sabe, mudar de ideias.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

PARABÉNS!!!

A EB2,3 de Real está hoje de parabéns.
São 15 anos de muita dedicação, trabalho e alegria...
Que este lema, continue por muitos e longos anos.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

PRÉMIO NOBEL DA LITERATUDA DE 2010

Mario Vargas Llosa nasceu em 1936, em Arequipa, no Peru. Professor universitário, académico e político, é uma personalidade intelectual de grande vulto e um dos mais importantes escritores da América Latina e do mundo.

Da sua vasta obra destacamos: A Cidade e os Cães (Prémio Biblioteca Breve, 1962; Prémio da Crítica Espanhola, 1963), A Casa Verde (1967; Prémio Nacional do Romance do Peru, Prémio da Crítica Espanhola, Prémio Rómulo Gallegos), Conversa na Catedral (1969), Pantaleão e as Visitadoras (1973), A Tia Júlia e o Escrevedor (1977), A Guerra do Fim do Mundo (1981; Prémio Ritz-Hemingway – 1985), História de Mayta (1984), Quem Matou Palomino Molero? (1986), O Falador (1987), Elogio da Madrasta (1988), Lituma dos Andes (Prémio Planeta, 1993), Como Peixe na Água (1993), Os Cadernos de Dom Rigoberto (1997), Cartas a Um Jovem Romancista (1997), A Festa do Chibo (2000) e o Paraíso na Outra Esquina (2003).
Foi galardoado com muitos dos mais destacados prémios literários internacionais, entre eles o Prémio PEN/Nabokov, o Prémio Cervantes, o Prémio Príncipe das Astúrias e o Prémio Grinzane Cavour e agora o Prémio Nobel.

Artigo retirado de: www.portaldaliteratura.com

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O INCRÍVEL RAPAZ QUE COMIA LIVROS

Há quem leia livros, há quem folheie livros e... há quem os coma.
OUVE este livro, que contém uma história sobre um rapaz que (imagina!!!) comia livros.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

HORA DO FILME "O Rapaz do Pijama às Riscas"




No próximo dia 14, pelas 13:30h, na HORA DO FILME poderás ver na tua biblioteca o filme O Rapaz do Pijama às Riscas, baseado no livro com o mesmo nome.


Depois de veres o filme, vais querer ler o livro O Rapaz do Pijama às Riscas, de John Boyn.


Procura o livro na biblioteca, pois vais adorar… A leitura é fácil, embora te vá despertar sentimentos inesperados.


aqui o que um aluno de outra escola escreveu sobre o livro.

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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Hora do Conto e Hora do Filme

Agora já podes OUVIR, todas as semanas, às 14:15h,a história com que sempre sonhaste, contada por um aluno, por um pai/encarregado de educação, por um professor ou por um funcionário.

Também já podes VER aquele filme fantástico, numa sessão que se realiza quinzenalmente, às 13.30h.

Aparece na biblioteca e diverte-te!



sexta-feira, 8 de outubro de 2010

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Clube Contadores de Histórias


A História dos brincos de penas

Eu, índia Pé-Chato, da tribo dos índios Sempre-em-pé, vou contar-te esta história que se passou comigo, embora não pareça ser verdade.
Bem, é claro que algumas coisas não se passaram exactamente como aqui vão contadas, mas é assim que me lembro delas.
Sei que gostas de histórias, sobretudo à hora de dormir, então aqui vai uma para te fazer sonhar.
É a história de... um par de brincos tão especiais que não há outros iguais no mundo inteiro! Ora presta atenção...
Não vou começar por «Era uma vez», porque já ouviste muitas histórias que começam assim e não gostas de repetições. Cá vai então...
Estava um dia muito luminoso. Era o início da Primavera, estação radiosa na verdejante planície da Águia Tonta.
Todas as coisas criadas por Deus brilhavam de forma especial naquela manhã.
O pequeno índio Pé-de-atleta levantou-se bem cedo como é seu costume — especialmente no tempo quente — e pôs-se a correr pelo vale entre as montanhas cheias de rochedos e árvores tão antigas como o tempo.
Lá foi ele, tropeçando, aqui e ali, em caricas de Coca-Cola e caixas de Chiclets vazias (que o velho Oeste já não é o que era, por causa daquilo a que chamam progresso).
O pequeno índio costuma fazer exercício todas as manhãs, porque o pai, o índio Pé-Grande, lhe disse que só assim ficará alto e forte como ele (convém dizer que o índio Pé-Grande pesa mais de 100 quilos, todo nu, só com o colar de dentes de jacaré ao pescoço).
Ora, a certa altura, Pé-de-atleta parou um pouco para descansar e recuperar o fôlego. Foi então que viu cair, mesmo à frente do seu nariz arrebitado (o único nariz arrebitado da nossa tribo), seis pequenas penas de cores diferentes que, estranhamente, poisaram aos seus pés com toda a suavidade.
Pé-de-atleta baixou-se, recolheu as penas com cuidado para não as estragar e, de novo em pé, pôs-se logo a olhar para o céu…
Nem sombra de ave, qualquer que fosse! Nem condor, nem águia, nem abutre.
O pequeno índio voltou a olhar para as penas que tinha na mão.
Eram bonitas! Seriam mesmo de pássaro como pareciam? Talvez fossem penas de anjo, mas, segundo ouvira o professor Pé-Calçado dizer, as penas de anjo são sempre brancas — mais ainda do que a neve que cobre as montanhas no Inverno —, brancas e muito brilhantes, como se tivessem o Sol lá dentro. Já o vigilante da escola, o índio Pé-Descalço, garantira que os anjos maus tinham penas pretas, mas ninguém ligava muito ao que ele dizia. Na verdade, a sua ambição era ser o curandeiro da tribo, mas tinha ficado desclassificado no concurso por ser tão ignorante que não sabia distinguir uma gota de veneno de serpente cascavel de uma lágrima de crocodilo…
Pé-de-atleta voltou a olhar o céu com toda a atenção como quando seguia o voo de um papagaio de papel que escapara das mãos de um menino da grande cidade, ou quando procurava descobrir uma estrela nova. Porém, nada avistou. Nem ave nem anjo voavam por aquelas bandas naquela manhã.
Intrigado, o nosso amigo guardou as penas e dirigiu-se para a aldeia.
Pela altura do Sol, viu que já eram horas de se apresentar no tipi (nome dado a uma tenda índia) da sua tia Pé-de-meia.
Bem se lembrava de que a tia Pé-de-meia prometera dar-lhe um colar de dentes de urso (já usado) quando ele completasse dez anos de idade, o que acabara de acontecer, na véspera.
Uma promessa é uma promessa! Um índio sabe que deve cumprir o que prometeu.
E Pé-de-atleta lá foi, apressando o passo, de cabelo ao vento, entre voos de insectos coloridos.
A tia Pé-de-meia estava sentada confortavelmente dentro do seu tipi.
Via-se que estava concentrada a coser uma manta muito velha que já tinha dez remendos e cheirava a tantas coisas que atraía coiotes e lobos, mesmo que passassem a
grande distância.
Curioso sobre o seu achado, o pequeno índio resolveu perguntar-lhe se ela sabia a quem teriam pertencido as penas que trazia consigo.
A resposta da tia Pé-de-meia não se fez esperar.
— Ao Tio Patinhas — disse ela, para quem o Tio Patinhas era o pato mais interessante de que ouvira falar. De facto, ele era o ídolo que tanto desejava conhecer, por ser quase tão poupado como ela.
Neste momento, entrou no tipi da tia Pé-de-meia o índio Pé-de-salsa, ajudante do cozinheiro do Chefe da tribo, que vinha trazer uns biscoitos que o cozinheiro Pé-de-porco fizera. Pé-de-salsa ouvira a resposta da tia Pé-de-meia e deu logo a sua opinião: — Toda a gente sabe que as penas do Tio Patinhas são brancas. — Então, pensou um pouco e acrescentou:— Eu digo que são penas de falcão.
Cada vez mais intrigado, o pequeno índio Pé-de-atleta agradeceu à tia o presente que recebera: o colar (muito usado mas ainda com três dentes em bom estado, os restantes estavam cariados ou partidos).
Em seguida, provou um biscoito e despediu-se.
Depois, foi para o seu tipi esperar pela hora da reunião da tribo à volta da fogueira. Nessa altura, segundo esperava, iria satisfazer a sua curiosidade porque algum dos mais velhos haveria de saber dar-lhe uma resposta clara. Os mais velhos sabiam coisas incríveis — até os nomes das estrelas, que eram mais do que todos os antepassados da tribo juntos!
O feiticeiro da tribo estava de férias, numa praia do Brasil. Assim, quando a noite caiu — catrapuz! — sobre a aldeia, o ajudante do feiticeiro, o índio Pé-de-escuteiro, foi buscar lenha e fez a fogueira com todo o rigor, como só ele sabia fazer.
Quando já se via uma bela chama a sair dos ramos, Pé-de-escuteiro abanou a cabeça para cima e para baixo, satisfeito.
A fogueira estava magnífica, digna do índio mais exigente do planeta!
Então, pôs-se a cantar para chamar toda a gente.
Como cantava alto e francamente mal, todos vieram a correr, como sempre, para evitar que caísse sobre a aldeia uma carga de água pesada, acompanhada de raios e trovões. Na realidade, essa calamidade já acontecera porque nem as nuvens suportavam tal cantoria!
Reunidos à volta do fogo, todos começaram por ouvir os mais velhos dizer mal do reumatismo, da tribo Pés-na-terra (grande rival nos jogos e nas lutas) e do seu chefe, o terrível Ponta-Pé.
Em seguida, Pé-Direito, o curandeiro, mergulhou um dedo em mercurocromo e fez dois riscos na cara. Depois, fechou os olhos. Via-se que tinha entrado em grande concentração.
A certa altura, levantou-se e apresentou a sua dança especial para reuniões, ao som de uma cantiga cuja letra só ele sabia, porque lhe tinha sido ensinada pela sua bisavó Pé-Atrás (que pertencia a uma tribo que falava outra língua). De qualquer maneira, segundo parece, tratava-se de uma canção sobre a melhor maneira de fazer uma bebida mágica à base de gengivas de escaravelho, pestanas de lagartixa e unhas de bisonte, com muito piripiri, seiva de cacto e água-pé. Uma bebida para animar os adultos mais tímidos nos serões da tribo.
Depois da dança, fez-se silêncio. Então, o pequeno Pé-de-atleta levantou-se e pediu a palavra para perguntar, mostrando as penas, se alguém sabia de onde teriam vindo. Explicou que não tinha encontrado uma única ave no céu, naquela manhã, o que até podia jurar meia dúzia de vezes, depois de cuspir na mão esquerda e cortar a unha de um dedo do pé, se fosse mesmo necessário.
O primeiro que ali deu a sua opinião foi o índio Pé-de-cabra, que já tinha estado preso por roubar cavalos à tribo vizinha.
Este índio ambicionava entrar num anúncio de televisão a uma marca de cigarros muito famosa, mas, na verdade, não tinha cavalos que o fizessem brilhar como gostaria.
— São penas de faisão — disse Pé-de-cabra, com ares de entendido, atirando a trança para trás das costas, de rompante, fazendo rir a sua mulher, Pé-no-chinelo.
— Qual quê?! — atalhou a índia Pé-de-galinha, que era, juntamente com a sua irmã gémea, a mulher mais velha da tribo e que já via mal (mesmo com a sua inseparável lupa). — Bem se vê que são penas de abutre. — E, em seguida, perguntou à irmã (que tinha vivido em França e era conhecida por Pied-de-poule): — O que é que tu dizes, mana?
A outra mirou e remirou as penas que o pequeno índio lhe foi mostrar e, depois de as aproximar da ponta do nariz, deu uma resposta esclarecedora, na sua voz roufenha:
— Nem mais!
(continua)
DESAFIO DA SEMANA Nº3
De 6 a 12 de Outubro


Tema: Física e Química

Qual o nome do cientista que disse: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”?


Le Chatelier

Lavoisier

Newton

Arquimedes

Desafio Nº2

Solução: 1492

Participantes: 62

Vencedores: 26

2º Ciclo

5º ano


Turma D
António
Bruno
Ivo
Pedro Barroso
Renato Pinto


Turma F
Edgar
Jorge
Rafael


Turma G
João Filipe


6º ano


Turma D
Diogo


Turma E
Bárbara Moreira

3º Ciclo


7º ano


Turma A
Bárbara


Inês Almeida
Maria Manuela
Mariana Isabel
Turma G
Mara
Rafaela

8º ano


Turma B
Ana Simões
Ângelo
Bárbara P.
Carina


Turma C
Ana Leal
Ana Cerqueira
Andreia F.
Catarina


Turma E
Ariana



Olimpíadas da leitura (Inglês)

Gostar de ler?  Gostar de ler em inglês?  Então, participa nas olimpíadas da leitura (em inglês)!  Inscreve-te!