terça-feira, 8 de junho de 2010

Clube Contadores de Histórias

A Lição da Paciência Um mandarim que se preparava para desempenhar um importante cargo oficial recebeu a visita de um amigo que lhe foi apresentar as despedidas.Abraçaram-se e o amigo recomendou-lhe:
— Acima de tudo, no desempenho das tuas importantes funções, nunca percas a paciência.
Prometeu o mandarim que nunca esqueceria este precioso conselho.Três vezes repetiu o amigo a mesma recomendação, provocando o enfado do mandarim. Quando se preparava para o fazer pela quarta vez, o mandarim exaltou-se e gritou:
— Basta, eu não sou surdo e muito menos sou um imbecil!
Então o amigo, acalmando-o com a mão posta sobre o seu ombro, fez este comentário:
— Podes assim ver como é importante ser paciente. Três vezes ouviste o meu conselho, já não conseguindo dissimular o enfado. À quarta vez não conseguiste controlar a fúria. O que acontecerá quando, no desempenho do teu cargo, tiveres de ser verdadeiramente paciente?
O amigo baixou os olhos para o chão e limitou-se a suspirar.

J. J. Letria
Contos da China antiga
Porto, Ambar, 2002


Solução:16 dias
Participantes: 59
Vencedores: 4

6-º ano

Turma G

Pedro Chaves
Tiago Gonçalves

7º ano
Turma C
Andreia Fernandes
Sara Costa

terça-feira, 1 de junho de 2010

Clube Contadores de Histórias


Não tem escolha A ele não valia a pena perguntarem-lhe o que queria ser quando fosse grande. A resposta, quisesse ele ou não quisesse, só podia ser uma:

— Rei.

Tinha de ser. Pois se ele era príncipe, filho único de um senhor rei, que outra coisa, profissão ou destino podia caber nos seus projectos de futuro?Pensando nisto, o príncipe, que não tinha vontade nenhuma de ocupar o trono dos seus antepassados, entristecia.Uma vez, ouvira o jardineiro dos jardins reais queixar-se:

— O meu filho, que eu gostava tanto que fosse jardineiro como eu, diz que não tem vocação para a jardinagem.Se ele dissesse o mesmo (isto é, o equivalente!), o que é que aconteceria?

Encheu-se de coragem e disse.

O rei, que era um homem compreensivo, respondeu-lhe:

— Meu filho, eu, quando tinha a tua idade, queria ser arquitecto, mas o teu avô deixou-‑me esta obrigação, o que havia eu de fazer?

Por sinal que era um rei muito dado a construções. Se queriam vê-lo feliz, mostrassem-‑lhe projectos de obras públicas, hospitais, escolas, novas cidades. O rei ficava encantado, dava opiniões, discutia com os arquitectos e os engenheiros como se fosse um deles.

— Se não tivesses de ser rei, o que é que gostarias de ser, quando fosses crescido? — perguntou o rei ao príncipe.

— Gostava de ser veterinário — respondeu o príncipe.

— Não vai ser fácil. Um rei veterinário não é muito comum. Há casos de reis-soldados, de reis-marinheiros, de reis-músicos, mas de reis-veterinários não tenho ideia. No entanto, vou pensar no assunto.

Era um bom pai e um bom rei. Em segredo, começou a projectar um grande jardim zoológico. Desenhou tudo muito bem desenhado, como se fosse um arquitecto.

Quando tinha a obra toda projectada, estendeu os rolos dos projectos diante dos olhos do filho e disse-lhe:

— Ficam ao teu cuidado, para que tu construas o jardim, quando fores rei.

— Mas o pai podia mandar construir agora — disse o príncipe.

— Quero que fique à tua responsabilidade. Quando eu morrer, deixo-te o reino e estes projectos, para que te ocupes deles.

Assim sucedeu. O príncipe tornou-se rei. Não tinha alternativa. Uma vez coroado, dedicou-se com entusiasmo aos trabalhos de governação. Mas com mais entusiasmo se dedicou a levantar o jardim zoológico, que, uma vez pronto, maravilhou o mundo.Ao jardim deu o nome do senhor rei seu pai, que tinha querido ser arquitecto.


António Torradohttp://www.historiadodia.pt/Adaptação

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